HISTÓRIA DE SUELI

4ª História
Mesa montada em torno de 4 a 6 pessoas ali, alguns acordando ainda, e outros continuam a dormir, mesmo com o barulho dos carros, e com a euforia de Ezequiel, índio ainda chora, e mesmo assim eles dormem, as horas passarão quase metade da manhã e nada de conhecermos aquelas histórias.
Um, dois, três... Trinta pães, e o café no fim, ultimo copo de café com leite ainda quentinho, então quem levanta? Ela, máximo 40 anos, a primeira mulher que conhecemos ali, envergonhada não aceitou o lanche, até que com um gesto se deliciou nele. Café na cama ou  melhor café na calçada, é essa a diferença que precisamos fazer levar, não que eles venham buscar.
A partir dai conhecemos Sueli, casada, namorada ou amasiada daquele que só pegou o pão e sumiu... Já não lembro do rosto dele, já ela jurava ter nos visto, e nos?
Não lembramos!
No mínimo ela nos viu, mais nós cegos não há vimos; cegueira do nosso egoísmo, cegueira do eu tenho, eu trabalho, eu sou merecedor. Que a trava dos nossos olhos caia, que ela caia para enxergarmos homens que são queimados, homens que caminham Km's a base de álcool (etanol), e mulheres que necessitam de um café nem que seja na calçada, mulheres que necessitam de absorvente, foi isso que ela nos pediu, um pacote de absorvente.
E nos o que ganhamos dela? Um abraço, um abraço de verdade.
Há Sueli, Sueli que no próximo domingo você esteja no conforto de um lar, recebendo café na cama, banheiro para banhar-se, e armário para teu absorvente.
Não há vi e nem ouvi sobre ela até hoje (13-01-13).
(História de Sueli- 1º dia e único dia).




0 comentários:

Postar um comentário